Geração Z acelera transformação do trabalho e exige líderes conectados

Geração Z

A relação entre pessoas, empresas e tecnologia chegou a um ponto de inflexão, impulsionada pela ascensão da Geração Z e pela consolidação da inteligência artificial no cotidiano profissional. É o que mostra o Workpulse 2025, novo estudo da Randstad, que analisa o mercado de trabalho sob a ótica de talentos, profissionais de RH e gestores de marca empregadora.

De acordo com a pesquisa, o modelo tradicional de trabalho, baseado em organogramas fixos, está dando lugar a um “organismo vivo”, estruturado em conexões humanas, recombinação de habilidades e uso estratégico da tecnologia. O relatório identifica três forças centrais moldando o futuro do trabalho: a geração do agora (Geração Z), a pixelização das funções e a nova liderança.

“O trabalho mudou de natureza. Não se sustenta mais em estruturas rígidas, mas em redes vivas que exigem velocidade, coerência e protagonismo humano. Vemos, por exemplo, profissionais de marketing apoiando projetos de dados ou produto, combinando competências e trabalhando em ciclos curtos, assim como líderes que atuam menos como chefes e mais como facilitadores, conectando pessoas e removendo barreiras para que o trabalho aconteça”, afirma Diogo Forghieri, diretor de Negócios da Randstad Enterprise e Randstad Professional.

Geração Z redefine o ritmo do trabalho

A pesquisa aponta que a Geração Z está redefinindo o ritmo e o sentido do trabalho. Mais do que estabilidade, esses profissionais buscam desenvolvimento contínuo, liderança participativa e coerência entre discurso e prática corporativa.

Entre os principais achados, 79% dos jovens afirmam aprender novas habilidades com rapidez, enquanto 55% já utilizam ferramentas de inteligência artificial no dia a dia. Ainda assim, 44% dizem que o trabalho atual não corresponde à carreira dos sonhos, e a permanência média nos primeiros anos de carreira é de apenas 1,1 ano, um indicador da constante busca por experiências mais alinhadas a seus valores.

Essa dinâmica pressiona as empresas a criarem trajetórias profissionais mais flexíveis e transparentes, com espaço para experimentação e aprendizado contínuo.

A pixelização e o novo papel da liderança

Outro conceito destacado pelo estudo é a pixelização do trabalho, que representa uma reorganização estrutural das empresas. Em vez de cargos fixos e organogramas tradicionais, surgem ecossistemas de habilidades, ativados conforme as demandas dos projetos.

Segundo o levantamento:

  • 83% dos líderes já migram para modelos baseados em competências;
  • 87% das empresas priorizam agilidade;
  • 46% valorizam estruturas mais fluidas.

A tecnologia, especialmente a IA, atua como infraestrutura silenciosa, conectando processos e automatizando tarefas repetitivas para liberar os profissionais para atividades de maior valor, como decidir, imaginar e interpretar. “Pixelizar é olhar além do título. São as combinações humanas que criam valor em ambientes dinâmicos”, destaca Diogo Forghieri.

O Workpulse 2025 também aponta que a liderança passa a exercer um papel menos centralizador e mais conector, tornando-se o elo entre pessoas, habilidades, tecnologia e propósito.

Desafios e oportunidades

Apenas 36% das empresas possuem programas adequados de formação de lideranças, segundo o estudo. Por outro lado, 83% dos líderes acreditam que a IA pode gerar processos mais justos e eficientes. No Brasil, 69% dos profissionais se dizem motivados, embora o engajamento entre os mais jovens seja menor.

De acordo com a Randstad, o futuro do trabalho dependerá menos da estabilidade e mais da capacidade de aprender, se recompor e se conectar continuamente. Organizações que compreenderem essa lógica tendem a se tornar mais adaptáveis, diversas e sustentáveis no longo prazo.

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