UGC perde protagonismo, mas segue relevante para pequenos negócios

UGC

Ao longo dos últimos anos, o User Generated Content (UGC) foi considerado a força motriz do engajamento digital. A ideia central era que clientes reais trariam autenticidade às páginas das marcas, ajudando a criar comunidades fiéis e confiáveis. Entretanto, uma pesquisa recente da Photoroom, plataforma de edição de imagens com inteligência artificial, mostra que essa percepção vem mudando.

Segundo o levantamento, apenas 7% das marcas ainda consideram o UGC como um dos principais motores de engajamento nas redes sociais, embora quase um terço continue a utilizá-lo em páginas de e-commerce. Ainda assim, 77% das empresas incorporam o UGC em algum ponto da comunicação, seja em listagens de produtos (30%), ativos de marketing (21%) ou ambos (26%). Apesar disso, menos de 10% avaliam que o UGC contribua de forma significativa para interações nas redes.

Para Matt Rouif, CEO da Photoroom, a percepção das marcas nem sempre reflete o impacto real do UGC. “O conteúdo gerado por usuário já foi sinônimo de autenticidade, mas as redes estão saturadas e até fotos amadoras podem parecer roteirizadas. Isso não significa que perdeu valor, e sim que precisa ser usado no contexto certo, com qualidade visual que valorize o produto”, explica.

Supersaturação e mudanças nas expectativas do público

A queda da eficácia do UGC está ligada à supersaturação de conteúdo e à mudança nas expectativas dos consumidores. Millennials e membros da Geração Z, expostos a múltiplos formatos, deixaram de perceber o UGC como espontâneo. Além disso, imagens amadoras muitas vezes não exibem produtos de forma ideal, criando barreiras visuais que desestimulam cliques e interações.

Apesar disso, o UGC mantém relevância em setores específicos, como beleza e cuidados com a pele. Nesses segmentos, os consumidores valorizam ver texturas, cores reais e resultados práticos, elementos que fotos de clientes conseguem transmitir melhor do que imagens de estúdio. Em contrapartida, categorias como joias e acessórios continuam a depender de fotos profissionais, pois os clientes buscam alta resolução para avaliar detalhes e acabamento.

Estratégia para pequenos varejistas

Para pequenos negócios, o UGC segue sendo uma ferramenta estratégica e acessível. Lojistas com orçamentos limitados para fotografia ou campanhas profissionais utilizam fotos enviadas por clientes como ponto de partida para divulgação de produtos.

Rouif comenta que, segundo relatos de pequenos lojistas, avaliações com fotos aumentam o clique e a intenção de compra. Quando combinadas a imagens de estúdio, essas fotos ajudam os consumidores a se projetarem no produto e contribuem para conversão. Além disso, editores de fotos baseados em IA permitem que lojas menores redimensionem e ajustem a qualidade das imagens, garantindo consistência visual em páginas de produtos e campanhas.

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