Mesmo em tempos digitais, o livro físico segue como símbolo de identidade e memória. Para quem cultiva o hábito da leitura, exibir o acervo em casa é mais do que decoração, é uma forma de expressar personalidade. A arquiteta Isabella Nalon vem explorando esse conceito em seus projetos, mostrando como estantes, nichos e prateleiras podem se transformar em protagonistas do lar.
Segundo Isabella, a organização dos livros vai além do espaço disponível: “É sobre compreender o perfil do morador e a relação afetiva que ele tem com cada obra”. Por isso, ela recomenda avaliar o tamanho atual da coleção, o potencial de crescimento e a estrutura necessária para suportar o peso dos exemplares.
Livros como parte do design
No home office, Isabella costuma projetar marcenarias com nichos que destacam o acervo e criam um ambiente de concentração e conhecimento. A disposição pode seguir critérios estéticos — por cor, tamanho ou tema —, mas sempre com foco em transmitir boas sensações. “O ideal é que o morador encontre equilíbrio entre funcionalidade e prazer visual”, afirma.
Biblioteca integrada à sala de estar
Em outro projeto, a arquiteta atendeu ao pedido de um advogado com mais de dois mil livros. A solução foi integrar o home office à sala de estar, transformando o espaço em uma grande biblioteca particular. Uma estante branca, feita sob medida, percorre todo o ambiente e abriga desde obras de direito até romances e biografias, intercaladas com objetos decorativos. “Assim, o morador mantém suas preciosidades sempre por perto”, explica.
Nichos e quartos que inspiram leitura
Para quartos, especialmente de jovens, Isabella aposta em nichos planejados que estimulam o hábito da leitura desde cedo. Em um dos projetos, os livros de uma adolescente fã de sagas literárias foram distribuídos de forma lúdica, entre objetos pessoais e elementos decorativos, criando um ambiente descontraído e funcional.
Criatividade e novos suportes
Além das estantes tradicionais, a arquiteta também utiliza carrinhos e estruturas metálicas como apoio para livros. Em uma área gourmet, por exemplo, um carrinho amarelo de aço carbono ganhou destaque ao contrapor o preto do mobiliário e abrigar exemplares prontos para uma leitura despretensiosa.
Livros como elementos vivos
Para Isabella, inserir livros na decoração é dar movimento à casa. “Eles são elementos interativos, que convidam ao toque e à curiosidade. Essa troca é o que torna o ambiente mais interessante”, conclui. Além de versáteis e de fácil manutenção, os livros reforçam o caráter humano e acolhedor dos espaços, uma tendência cada vez mais valorizada na arquitetura contemporânea.
