A LG Electronics anunciou oficialmente a construção da maior e mais cara fábrica de eletrodomésticos já feita pela marca no Brasil. O investimento, de R$ 1,5 bilhão, está sendo aplicado em Fazenda Rio Grande, região metropolitana de Curitiba (PR). O projeto faz parte da estratégia global da companhia para fortalecer sua presença no mercado latino-americano e assumir a liderança no setor de geladeiras no país nos próximos anos.
As obras, iniciadas em agosto de 2024, já estão 60% concluídas. Com terreno de 770 mil m², a unidade deve ser inaugurada em fevereiro de 2026, com a produção das primeiras geladeiras prevista para o segundo semestre do mesmo ano.
Foco em logística e eficiência produtiva
De acordo com a LG, a decisão de construir a fábrica no Paraná foi tomada após estudos que incluíram Minas Gerais, Santa Catarina e São Paulo. A escolha paranaense se deveu principalmente a vantagens logísticas e infraestrutura de transporte, com apoio direto do governo estadual, que intermediou o projeto após uma missão oficial à Coreia do Sul em 2023.
A nova planta será a segunda operação industrial da LG no Brasil, que já mantém uma unidade na Zona Franca de Manaus, voltada à produção de televisores e outros eletrônicos.
Capacidade de 500 mil unidades por ano
A fábrica terá capacidade inicial para produzir 500 mil geladeiras por ano, distribuídas em 15 modelos das linhas Top Freezer, Bottom Freezer e Inverse. Já os modelos Side-by-Side continuarão sendo importados.
O objetivo é que a nova operação reduza custos logísticos e de importação, permitindo à empresa aumentar a competitividade frente a marcas já consolidadas no setor de linha branca no país.
Além disso, a LG planeja fabricar modelos personalizados para o público brasileiro, baseando-se em uma ampla pesquisa conduzida nas casas dos consumidores para identificar preferências de design, funcionalidades e hábitos de uso.
Meta: liderança de mercado até 2029
Em entrevista ao Canaltech, Roberto Barboza, vice-presidente da divisão de Linha Branca da LG Electronics Brasil, afirmou que a meta é alcançar a liderança do mercado de geladeiras em até cinco anos.
“A LG enxergou uma possibilidade de brigar pela liderança desse mercado, e para isso precisamos conquistar entre 25% e 30% de participação”, afirmou o executivo.
Atualmente, segundo dados da GfK, a marca detém 3,5% do mercado brasileiro de refrigeradores, que movimenta R$ 16,4 bilhões por ano e vende cerca de 4,8 milhões de unidades. O setor cresceu 133% em receita nos últimos cinco anos e registrou alta de 16% somente em 2024.
Com a nova operação, a empresa espera reduzir custos de produção e transporte, ampliando margens e competitividade frente a concorrentes como Brastemp, Electrolux e Samsung.
A LG aposta que a busca dos consumidores por produtos mais eficientes e sustentáveis será decisiva para o crescimento da marca no país.
“O consumidor brasileiro busca eficiência energética, tecnologia e design. Há poucos anos, ele não tinha acesso a produtos com o mesmo nível de inovação visto no mercado internacional”, destacou Barboza.
O portfólio nacional deve incluir novas soluções de refrigeração com menor consumo de energia, design minimalista e integração a assistentes inteligentes — alinhado à estratégia global da marca de tornar-se uma empresa de soluções inteligentes para o lar até 2030.
Fábrica também produzirá lavadoras e secadoras
A companhia confirmou ainda que, dois anos após o início da produção de geladeiras, a unidade de Fazenda Rio Grande será ampliada para fabricar lavadoras e secadoras de roupas.
A expectativa é que o modelo de produção compartilhada reduza custos operacionais e aproveite a mesma cadeia de suprimentos, aumentando a escala e o retorno sobre o investimento.
Com isso, a LG reforça sua posição no setor de linha branca premium no Brasil e se aproxima da meta de tornar o país um dos principais polos industriais da marca na América Latina.
