Casas Bahia aposta em dados e logística para antecipar demanda na Black Friday

A Casas Bahia intensificou o uso de inteligência de dados e reestruturou sua operação logística para lidar com o aumento da demanda esperado na Black Friday 2025. A ação faz parte da estratégia da empresa de combinar tecnologia, crediário e logística ágil para oferecer ofertas alinhadas aos desejos dos consumidores.

Central Black monitora buscas em tempo real

A varejista ativou uma estrutura chamada Central Black, montada na Mega Loja Marginal Tietê, em São Paulo, para acompanhar minuto a minuto o comportamento de busca dos clientes. Com base nos dados coletados entre 17 e 23 de novembro, a empresa elaborou um ranking dos itens mais pesquisados:

1ºlugar: Televisão

2º lugar: Geladeira

3º lugar: Iphone

4º lugar: Fogão

5º lugar: Cama

Além de monitorar buscas, a Central Black funciona como estúdio de lives e ambiente de negociação direta com o consumidor. Nas transmissões, a marca oferece ofertas exclusivas com base nas preferências identificadas em tempo real, unindo o varejo físico e o digital em uma estratégia híbrida.

Logística reforçada para dar conta da demanda

Para suportar o aumento nas vendas e nas entregas, a Casas Bahia ampliou sua estrutura logística. A frota pesada foi aumentada em 79%, saindo de 776 para 1.392 caminhões; o abastecimento diário das lojas subiu de 264 para 409 caminhões; e a capacidade de picking (separação de pedidos) nos centros de distribuição passou de 90 mil para 127 mil peças por dia, um aumento de 38%.

Para lidar com o volume extra de trabalho, foram contratados cerca de 603 colaboradores temporários, um crescimento de aproximadamente 21% na força de trabalho dos centros de distribuição.

A operação logística faz parte do ecossistema CB Full, centro de distribuição e logística próprio da Casas Bahia que integra 25 centros de distribuição e mais de 1.000 lojas físicas em todo o país, com cobertura nacional e capacidade de armazenagem de milhões de metros quadrados.

Crédito e omnicanalidade para facilitar o consumo

Além da infraestrutura, a empresa liberou aproximadamente R$ 1,2 bilhão em crédito no final de outubro para facilitar as compras durante a Black Friday, um aumento de 20% em relação ao ano anterior, a fim de ampliar o poder de compra de consumidores de diferentes perfis.

A Casa Bahia também reforçou o caráter omnicanal de seu negócio: os produtos passaram a ser vendidos tanto nas lojas físicas quanto pelo e-commerce e pela plataforma de marketplace da Mercado Livre, por meio de uma parceria firmada para aproveitar a data promocional.

Impactos e desafios da estratégia guiada por dados

Para a empresa, a combinação de monitoramento em tempo real, logística robusta e crédito acessível é uma tentativa de responder rapidamente às oscilações da demanda e garantir eficiência operacional. A estratégia busca transformar o “calor do momento” da Black Friday em vantagem competitiva. A própria empresa reconhece que os dados colhidos pela Central Black ajudam a negociar melhor com fornecedores e definir preços competitivos.

Para os consumidores, isso pode significar acesso a produtos desejados com maior disponibilidade, ofertas mais assertivas e menor risco de falta de estoque. Porém, há desafios: o aumento do volume de vendas e entregas pode gerar pressão sobre prazos, qualidade de entrega e atendimento, especialmente em produtos volumosos como geladeiras e televisores, um ponto já destacado pela própria área de logística da varejista como sensível.

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