Brasil terá 35 milhões de veículos eletrificados até 2040

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O avanço da eletrificação automotiva no Brasil promete transformar não apenas as ruas, mas toda a matriz energética do país. Um estudo da Strategy&, consultoria estratégica da PwC Brasil, projeta que até 2040 mais de 35 milhões de veículos eletrificados — incluindo elétricos puros (BEV) e híbridos (HEV e PHEV) — estarão em circulação, impulsionados por um crescimento médio anual de até 106% nas vendas entre 2022 e 2029.

O impacto na demanda por combustíveis fósseis será significativo, de acordo com a Inside EVs. Segundo o levantamento, até 2030 o consumo de gasolina deve cair 8 bilhões de litros (12% da demanda atual), e o de diesel 6 bilhões de litros (10%). Em 2040, a redução pode atingir 37 bilhões de litros de gasolina e 41 bilhões de litros de diesel, representando 59% e 66% das demandas atuais, respectivamente.

“A eletrificação veicular é um dos principais pontos na discussão sobre transição energética e operações de baixo carbono”, afirma Daniel Martins, sócio da Strategy&.

O estudo projeta ainda forte crescimento para veículos comerciais eletrificados. As vendas de caminhões leves e ônibus elétricos devem dobrar em 2028, impulsionadas por novos modelos e análise do custo total de propriedade (TCO), que considera aquisição, manutenção e combustível. Até 2030, o avanço deve chegar a 79% nos caminhões pesados e 47% nos carros de passeio, com participação na frota atingindo 97% e 66%, respectivamente, em 2040.

Em sete anos, a eletrificação atingirá 26% da frota de caminhões leves e ônibus, 11% dos carros de passeio e 80% dos caminhões pesados. Em 2040, a participação sobe para 65%, 51% e 37%, nos mesmos segmentos.

Novo ciclo de industrialização elétrica

O cenário de eletrificação é reforçado pelo momento de expansão da indústria automotiva. Em 2025, o Brasil inaugura novas fábricas e atrai investimentos em veículos elétricos e híbridos. A BYD iniciou operações em seu complexo industrial de Camaçari (BA), produzindo modelos elétricos e híbridos, enquanto a GWM inaugurou sua planta em Iracemápolis (SP), dedicada inicialmente a híbridos e híbridos plug-in.

Outras marcas chinesas também planejam produção local. A Leapmotor, em parceria com a Stellantis, começa operações em novembro de 2025, e GAC Motor e Geely confirmaram planos de nacionalização futura.

Segundo a PwC, esses movimentos indicam aceleração da eletrificação a partir de 2027, com aumento da oferta de veículos, redução de custos e expansão da infraestrutura de recarga. O governo, por meio do programa Mover, discute incentivos para tecnologias de baixo carbono e novos investimentos produtivos.

Com a ampliação da produção nacional e a entrada de mais fabricantes, o Brasil caminha para se tornar um dos mercados mais promissores da mobilidade elétrica nas Américas, alinhando-se às projeções de longo prazo da Strategy&.

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