Um levantamento da Sólides, HR Tech focada em gestão de pessoas para PMEs, mostra que benefícios ligados à alimentação — como vale-alimentação, vale-refeição e cartões multibenefícios — se consolidaram como prioridade para os trabalhadores brasileiros. Entre os respondentes, 20,3% apontaram esses vales como benefício preferido, à frente do plano de saúde (18%) e de bônus ou participação nos lucros (10,5%).
Ao considerar as três escolhas mais importantes, os benefícios de alimentação seguem na liderança: aparecem nas opções de 63% dos trabalhadores ouvidos. Em seguida vêm o plano de saúde (53%) e os bônus ou PLR (31%). Os dados fazem parte do Panorama de Empregabilidade da Sólides, realizado com 400 profissionais de 18 anos ou mais, de todas as regiões do país, que se declararam abertos a novas oportunidades.
A relevância desses benefícios cresce em meio à modernização do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), assinada em 11 de novembro. A atualização busca ampliar a transparência e a concorrência no sistema de vales, impactando mais de 22 milhões de trabalhadores e milhares de empresas. Entre as mudanças estão teto de taxas de 3,6%, prazos menores de repasse aos lojistas e interoperabilidade entre bandeiras.
Para Rafael Kahane, CMO da Sólides, os resultados reforçam a centralidade dos benefícios que afetam diretamente o custo de vida. “A predominância dos vales como benefício preferido e também como os mais valorizados no top 3 mostra que alimentação é um tema sensível e decisivo nas escolhas dos trabalhadores. A modernização do PAT chega em um momento oportuno, reforçando a importância do benefício ao ampliar a concorrência, melhorar a aceitação dos cartões e tornar o sistema mais justo para empresas e estabelecimentos”, afirma.
Segundo o executivo, os dados também evidenciam tendências já consolidadas. “O plano de saúde permanece como um dos pilares da satisfação dos profissionais e se destaca pela associação direta à sensação de proteção. Já o bônus ou participação nos lucros ganha força ao representar reconhecimento concreto pelo desempenho. Juntos, esses dados mostram que os trabalhadores buscam equilíbrio entre bem-estar, alimentação e valorização financeira, e que as empresas atentas a esse movimento tendem a fortalecer sua capacidade de atrair e reter talentos”, completa.
O que é o PAT
Coordenado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o Programa de Alimentação do Trabalhador promove segurança alimentar e desenvolvimento econômico por meio de vales, cestas de alimentos ou refeições oferecidas no local de trabalho. A empresa deve custear ao menos 80% do valor do benefício, enquanto o trabalhador contribui com até 20%. O valor não integra o salário, o que elimina encargos como INSS e FGTS e amplia o poder de compra.
Empresas tributadas pelo lucro real podem deduzir parte das despesas do PAT no Imposto de Renda. O programa cobre empregados formais, terceirizados, temporários, estagiários e aprendizes, e pode ser mantido por até seis meses em casos de férias, licenças ou desligamentos. Estabelecimentos credenciados também são beneficiados pelo maior fluxo de clientes. A interoperabilidade trazida pelo novo decreto permite que qualquer cartão seja aceito em qualquer rede habilitada, estimulando a concorrência.



