Depois do Pix: pagamentos digitais ganharão força até 2030

pagamentos digitais

O Pix consolidou uma revolução no sistema financeiro brasileiro, mas o próximo capítulo do consumo digital no país já começa a ser escrito. De acordo com o Global Payments Report 2025, elaborado pela Worldpay, as carteiras digitais, o modelo BNPL (Buy Now, Pay Later) e os pagamentos invisíveis devem dominar as transações até o fim da década, redefinindo a experiência do consumidor e o papel das empresas no varejo digital.

Em apenas cinco anos, o Pix se tornou o método de pagamento mais utilizado do Brasil — três em cada quatro brasileiros já o adotam. Agora, a transformação avança para a próxima fase. “Se os últimos anos foram marcados pela ascensão do Pix, agora são os pagamentos invisíveis que prometem chegar para ficar. O brasileiro é um apaixonado por novas tecnologias e com o setor de pagamentos não seria diferente”, afirma Francisco Julian, vice-presidente de Negócios da Worldpay no Brasil.

Segundo o relatório, até 2030 os pagamentos digitais devem representar mais de 80% do valor gasto no e-commerce brasileiro, acompanhando a tendência global. As carteiras digitais, que já movimentam trilhões de dólares em transações no mundo, devem ultrapassar US$ 28 trilhões até o fim da década. No Brasil, a popularização dos smartphones acelera a consolidação do “celular como carteira”, principalmente entre os consumidores mais jovens.

Pagamentos invisíveis e novas experiências de compra

Os chamados pagamentos invisíveis ocorrem em segundo plano, sem a necessidade de interação direta do consumidor. Essa modalidade deve ganhar força com o avanço da inteligência artificial, biometria e experiências omnichannel no varejo. O modelo já aparece em aplicativos de transporte, delivery e em lojas físicas com checkout automatizado, onde a cobrança é feita de forma instantânea e sem fricção.

“Cada vez mais, a experiência é o fator decisivo na compra. O checkout precisa acompanhar essa evolução, oferecendo soluções ágeis, seguras e de baixo custo, como o consumidor espera”, destaca Julian.

O estudo também aponta para o crescimento acelerado do BNPL (Compre Agora, Pague Depois). O formato movimentava US$ 2,3 bilhões em 2014, chegou a US$ 342 bilhões em 2024 e deve atingir US$ 600 bilhões até 2030. No Brasil, a cultura do parcelamento sem juros cria um ambiente propício para a expansão dessa modalidade, que combina conveniência e previsibilidade financeira.

Um novo ciclo para o consumo digital

De acordo com a Worldpay, o avanço dos pagamentos digitais marca o início de uma nova era de consumo fluido e integrado, em que o pagamento deixa de ser uma etapa isolada da compra. “A jornada de compra deixou de ser apenas uma transação final e passou a fazer parte de um processo contínuo. O varejo precisa se adaptar para manter relevância e sustentabilidade no mercado”, reforça Julian.

O relatório conclui que o Brasil deve continuar sendo um dos mercados mais dinâmicos do mundo em inovação financeira, impulsionado por consumidores abertos à tecnologia e por empresas que investem em experiências de pagamento mais inteligentes e personalizadas.

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