58% das empresas vão aumentar investimento em inovação

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O Boston Consulting Group (BCG) divulgou a 19ª edição do estudo “Most Innovative Companies”, analisando tendências globais de inovação e os desafios enfrentados por empresas em períodos de disrupção tecnológica e instabilidade econômica. Intitulada “In Disruptive Times, the Resilient Win”, a pesquisa reúne insights de duas décadas de levantamento sobre como organizações transformam ideias em valor real.

Em um cenário marcado por avanços acelerados em inteligência artificial (IA), transformação digital e tensões geopolíticas, a capacidade de inovar rapidamente tornou-se um fator crítico de competitividade. A pesquisa mostra que a inovação continua entre as três principais prioridades das empresas em todo o mundo: 95% dos respondentes na China e Índia relataram priorização de inovação em 2024.

Apesar da intenção crescente de investir, transformar investimento em resultados concretos segue sendo um desafio. O BCG aponta que, para gerar valor efetivo a partir de P&D, as empresas precisam de estratégia de inovação clara, cultura favorável, processos eficientes e capacidade de comercialização. Segundo Lucas Garrido, diretor executivo e sócio do BCG, “organizações que conseguem inovar de forma rápida e contracíclica em tempos de incerteza têm vantagem competitiva significativa”.

O estudo destaca que os mais inovadores apresentam desempenho superior em crises. Após a Grande Recessão, em 2009, registraram TSR (retorno total ao acionista) quase 14 pontos percentuais acima do mercado, enquanto no primeiro ano da COVID-19, a vantagem foi de 24 pontos percentuais. De 2005 a 2023, o TSR anual dos líderes em inovação foi 2,4 p.p. superior ao índice MSCI World.

Desafios regionais e tendências digitais

O levantamento revela disparidades regionais. Na Europa, apenas 9% dos líderes inovadores atuam em hardware ou software, contra 31% na China, e a persistência é menor: 36% figuraram na lista apenas uma vez. Entre 2005 e 2024, a intensidade de P&D europeia caiu 4,3 p.p., enquanto nos EUA houve aumento de 9%.

Além disso, o relatório enfatiza a importância do pensamento de cenário para antecipar oportunidades e riscos, ajudando gestores a reequilibrar portfólios de projetos e preparar a empresa para múltiplos futuros possíveis.

O estudo também evidencia a evolução tecnológica: enquanto em 2005 o IoT representava quase metade dos investimentos, em 2025 a IA e a IA generativa dominam o orçamento de inovação. Paralelamente, menções a termos como “digital” em relatórios corporativos dobraram entre 2005 e 2024, e os líderes em inovação discutem o tema quase quatro vezes mais que outras empresas.

O relatório BCG 2025 reforça que investir em inovação continua sendo essencial, mas apenas estratégias integradas e cultura de suporte transformam investimentos em vantagem competitiva real e sustentável.

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