Quando migrar para o mercado livre de energia?

mercado livre de energia

O mercado livre de energia segue em forte expansão no Brasil e vem transformando a forma como as empresas consomem e gerenciam eletricidade. Segundo dados da Abraceel (Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia), apenas em julho deste ano o consumo nesse ambiente ultrapassou 31 mil MW médios, o equivalente a 46% de toda a eletricidade utilizada no país.

Com o crescimento acelerado, aumenta também o interesse, e a dúvida, entre empresários de diferentes setores: qual é o momento certo para migrar?

Entender o perfil de consumo é o primeiro passo

De acordo com Alan Henn, engenheiro eletricista e CEO da Voltera Energia, a decisão de ingressar no mercado livre exige análise técnica e estratégica. O processo envolve avaliar o comportamento de consumo, a previsibilidade da demanda e os objetivos financeiros e ambientais da empresa.

“O primeiro passo é entender a previsibilidade do consumo da sua empresa. Se há estabilidade ou capacidade de planejamento, a migração tende a trazer ganhos imediatos. O segundo ponto é avaliar custos: hoje, em média, o mercado livre de energia pode gerar uma economia de até 35% em relação ao mercado regulado. Por fim, é uma decisão estratégica. Entrar no mercado livre não significa apenas reduzir custos, mas também adotar uma gestão inteligente e sustentável do insumo mais essencial da operação, que é a energia”, explica Henn.

Para empresas que ainda estão avaliando a viabilidade da mudança, o especialista aponta cinco sinais claros de que o momento pode ser favorável:

  • Conta de luz elevada e crescente: negócios com alto custo energético tendem a ter ganhos mais significativos com a migração.
  • Busca por previsibilidade orçamentária: no mercado livre, é possível contratar energia por prazos mais longos, o que reduz a exposição a aumentos tarifários.
  • Compromisso com sustentabilidade: o ambiente livre permite escolher fontes renováveis, alinhando o consumo às metas ESG e à agenda de descarbonização.
  • Expansão ou modernização da operação: momentos de crescimento empresarial são ideais para rever a estratégia energética.
  • Gestão orientada por dados: companhias que já utilizam inteligência de dados em suas decisões financeiras e operacionais tendem a integrar com mais facilidade a gestão energética digital.

Historicamente, o mercado livre de energia era dominado por grandes consumidores, mas o cenário está mudando rapidamente. Pequenas e médias empresas, como indústrias regionais, supermercados, redes de varejo e padarias, já conseguem acessar condições competitivas e personalizadas graças à digitalização e às novas plataformas de gestão.

“Hoje, com plataformas digitais e inteligência de mercado, conseguimos oferecer a uma padaria ou a uma indústria de médio porte o mesmo nível de sofisticação que grandes grupos já possuem. Democratizar o mercado livre significa dar poder de escolha e competitividade para mais empresas brasileiras”, conclui Henn.

Compartilhe: