ELETROS: Desafios macroeconômicos e a urgência de uma política industrial eficiente

Por José Jorge do Nascimento Júnior

Presidente-Executivo da Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (ELETROS)

O primeiro semestre de 2025 confirmou um cenário já previsto para a indústria eletroeletrônica brasileira. Mesmo após desempenho expressivo em 2024, o setor enfrenta um ambiente macroeconômico adverso, com expectativa de retração de 1%, influenciada principalmente pela queda nas vendas de eletroportáteis, categoria relevante para o setor.

Os juros elevados, inflação persistente, restrição de crédito e insegurança fazem as famílias priorizarem itens essenciais, como alimentos e medicamentos, reduzindo o consumo de bens duráveis. Revisões tarifárias sobre insumos como aço e resinas, aliadas a políticas industriais que ignoram barreiras internas, ampliam os desafios da competitividade. Um exemplo é a exigência de uso de compressores nacionais em ar-condicionado, apesar da oferta nacional ser inferior à demanda.

Combater a concorrência desleal, o contrabando e produtos não certificados são medidas essenciais. A Eletros atua exigindo providências do poder público e enfrentando irregularidades que prejudicam a indústria, comprometem a segurança do consumidor e desestruturam o mercado.

O momento pede ação coordenada. É fundamental uma política industrial moderna, conectada à realidade, que incentive a inovação, fortaleça a cadeia produtiva e garanta acesso a produtos eficientes. O ambiente de negócios precisa ser justo, previsível, atrair investimentos e preservar empregos, valorizando quem atua dentro das regras.

Mesmo diante das incertezas, a indústria segue gerando empregos, movimentando a economia e acreditando no potencial do Brasil.

Fonte: Revista Eletrolar News #168

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