As grandes feiras internacionais de tecnologia, como a IFA, em Berlim (Alemanha), ou a CES, em Las Vegas (Estados Unidos), funcionam como termômetro para o setor global de eletroeletrônicos. Elas sinalizam inovações que em pouco tempo chegam também ao mercado brasileiro. E, é claro, o palco em que esse movimento ganha contornos locais é a Eletrolar Show All Connected, maior feira de negócios de eletroeletrônicos, eletrodomésticos, celulares e TI da nossa região, que em 2026 será realizada de 22 a 25 de junho, em São Paulo.
O time da Eletrolar News marca presença em todos esses eventos para ver de perto o que está sendo mostrado mundo afora. Estivemos na IFA, e o recado que vem das vitrines globais é claro: o futuro do lar será conectado, sustentável e guiado pela inteligência artificial (IA).
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Casas cada vez mais inteligentes
As chamadas smart homes – lares em que automação e controle se dão por voz ou celular – estão no centro dessa transformação. A integração tecnológica vai muito além das TVs ou aspiradores robóticos, alcançando eletrodomésticos, purificadores de ar, comedouros de pets e até geladeiras que sugerem receitas com base nos itens armazenados.
O ritmo de crescimento impressiona: globalmente, o mercado de automação residencial deve crescer 25,3% ao ano, chegando a US$ 370,95 bilhões. No Brasil, a aceleração é ainda mais intensa: o IDC projeta expansão anual de 30%, com salto de US$ 2,68 bilhões em 2024 para US$ 6,68 bilhões até 2033.
“No caso de geladeiras, por exemplo, o que o consumidor mais quer é que elas cumpram bem sua função: gelar e conservar os alimentos. Nosso foco é conectar a tecnologia ao dia a dia das pessoas. Um exemplo é nosso ar-condicionado que, com 48 horas de uso, entende a rotina e o comportamento do usuário. Se você acorda no meio da noite morrendo de calor e aumenta a temperatura, o aparelho ‘aprende’ esse padrão e o replica nas noites seguintes. A máquina de lavar, por sua vez, identifica o tipo de roupa e ajusta automaticamente o ciclo ideal. Além disso, indica a eficiência energética, consumo de produtos e quantidade de água necessária para lavar bem, sem desperdício. Tudo isso é o que chamamos de “inteligência afetiva”, é tornar o cotidiano mais agradável com a nossa inteligência artificial. E essas soluções já estão disponíveis no Brasil”, Anna Karina Pinto, diretora de marketing da LG Electronics Brasil.
IA como motor da eficiência
Se antes a inovação era apenas conveniência, agora a eficiência energética é o driver principal. Máquinas de lavar com classificação A-65%, ou seja, que consomem 65% menos energia que o mínimo da classificação energética de maior eficiência do momento, exemplificam essa mudança. Recursos de IA ajustam automaticamente água, detergente e tempo de lavagem de acordo com o tecido e o nível de sujeira.
Outro destaque é a sustentabilidade: ciclos reduzem em até 60% a liberação de microplásticos durante a lavagem, conectando tecnologia à pauta ambiental.
Oportunidades para o varejo
Para o varejo B2B, o desafio é transformar esse interesse em vendas consistentes. Isso passa por portfólios com custo-benefício real, apelo sustentável e soluções plug-and-play, mas também pelo papel educativo junto ao consumidor, explicando de forma clara as vantagens da conectividade e da IA.
“O varejo brasileiro ainda conta com uma oferta limitada de dispositivos inteligentes se comparado com o leque existente no exterior, mas está cada vez mais aberto para oferecer experiências conectadas. Vejo uma curva de crescimento positiva. Acredito que, em 2026, o universo das casas conectadas ganhará força no mercado. E, quando falamos de inteligência artificial em dispositivos móveis, estamos em um momento de transição. Vou dar um exemplo prático: eu já não fico sem o recurso da tradução simultânea em reuniões. Entro frequentemente em conversas com chineses e, de maneira fluida, entendo tudo. A inteligência artificial está amadurecendo, e ela será cada vez mais um fator determinante para a escolha de dispositivos, principalmente smartphones que contam com recursos assim”, Luciano Barbosa, head do projeto Xiaomi no Brasil.



