Celulares dobráveis: tudo que você precisa saber

celulares dobráveis

Os celulares dobráveis deixaram de ser uma curiosidade tecnológica para se tornarem uma aposta concreta das grandes fabricantes. Eles chamam atenção pelo design inovador e pela experiência multitela, mas ainda despertam dúvidas sobre durabilidade, usabilidade e custo-benefício. Antes de investir em um modelo desse tipo, é importante entender o que esperar na prática.

A durabilidade é o ponto que mais preocupa potenciais compradores. Segundo a Samsung, o novo Galaxy Z Fold 7 foi projetado para resistir a até 500 mil ciclos de dobra e desdobra em condições controladas de laboratório. O teste, conduzido pelo Bureau Veritas, indica que o aparelho pode durar cerca de dez anos se for dobrado aproximadamente 100 vezes por dia. No entanto, ensaios independentes publicados pelo Tom’s Guide e pelo TechRadar mostram que, embora o painel flexível mantenha sua integridade por longos períodos, componentes mecânicos como a dobradiça podem sofrer desgaste prematuro. Pequenos rangidos e falhas no fechamento, por exemplo, já foram observados em aparelhos submetidos a uso intensivo.

Na prática, isso significa que o smartphone não é frágil, mas requer cuidados adicionais. O acúmulo de poeira, o contato com umidade e o calor excessivo podem comprometer o mecanismo interno. Por isso, especialistas recomendam evitar ambientes com partículas finas ou areia, um dos pontos sensíveis das telas dobráveis, segundo o Samsung Magazine.

Outro aspecto que merece atenção é a usabilidade da tela externa, especialmente em modelos no formato “flip”. Ela é prática para tarefas rápidas, como visualizar notificações, checar o clima ou controlar músicas, mas ainda tem limitações significativas. Em versões recentes, como o Galaxy Z Flip, a tela externa aceita apenas widgets nativos do sistema, impedindo o uso direto de aplicativos populares como WhatsApp, Instagram ou YouTube.

Para contornar essa limitação, a Samsung disponibiliza o Good Lock, um aplicativo de personalização que permite expandir as funções da tela externa e abrir quase qualquer aplicativo sem precisar desdobrar o aparelho. A ferramenta, no entanto, não está disponível em todas as regiões e ainda possui restrições na instalação de widgets, como mostrou o portal TechnikNews.

Além disso, há a questão do uso diário. Quem dobra e desdobra o smartphone constantemente, para checar mensagens, por exemplo, acelera o desgaste natural da dobradiça. Já usuários mais moderados tendem a prolongar a vida útil do aparelho. O conserto da tela flexível também é outro fator a considerar: por ser uma tecnologia recente e mais complexa, os custos de manutenção são altos e nem todas as assistências técnicas estão preparadas para lidar com esse tipo de reparo.

Por outro lado, os benefícios são evidentes. O formato dobrável oferece uma experiência imersiva para quem consome vídeos, joga ou trabalha com múltiplas janelas, além de permitir que um aparelho compacto se transforme em um verdadeiro mini tablet. E com cada nova geração, as marcas aprimoram o design e a eficiência energética, reduzindo as falhas que marcaram os primeiros modelos.

Em resumo, os celulares dobráveis são uma das maiores apostas da indústria de eletrônicos em 2025. Eles unem inovação, versatilidade e apelo estético, mas ainda exigem um investimento alto e cuidados adicionais com o uso. Antes de comprar, vale avaliar com que frequência você pretende utilizá-lo aberto, se a tela externa realmente será útil no seu dia a dia e se está disposto a arcar com eventuais custos de manutenção.

Para quem busca o que há de mais moderno em design móvel, os dobráveis podem ser um passo empolgante. Para quem prefere praticidade e custo menor, os modelos convencionais ainda oferecem o melhor equilíbrio entre preço e durabilidade.

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