Brasil avança em ranking de competitividade digital

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O Brasil subiu quatro posições no ranking mundial de competitividade digital elaborado pela escola suíça IMD (Institute for Management Development), alcançando o 53º lugar entre 69 economias. O estudo avalia a capacidade de países em adotar e explorar novas tecnologias no ambiente econômico e social. A Suíça lidera a lista, seguida por Estados Unidos e Cingapura.

Segundo a Mercado & Consumo, depois de dois anos de estagnação, o Brasil apresentou avanços em áreas como produção de pesquisas científicas – onde ocupa o 9º lugar global – e investimentos privados em inteligência artificial. Também evoluiu em adoção de robôs em educação e P&D, além do uso crescente de serviços públicos digitais. Com isso, ultrapassou África do Sul, Eslováquia, Bulgária e Turquia, países que estavam à frente na edição anterior.

Apesar dos progressos, o estudo aponta fragilidades persistentes, como a baixa integração entre universidades, empresas e governo, o financiamento limitado à inovação e a dificuldade em atrair profissionais estrangeiros qualificados. O intercâmbio de conhecimento com o exterior também segue entre os pontos críticos.

De acordo com pesquisadores da Fundação Dom Cabral (FDC), parceira do IMD no levantamento, os resultados sinalizam uma recuperação gradual da competitividade digital brasileira, mas reforçam desafios estruturais. “Uma maior coordenação entre poder público, iniciativa privada e instituições de ensino pode promover um ambiente mais inovador e produtivo”, avaliam.

O diretor do núcleo de inovação, IA e tecnologias digitais da FDC, Hugo Tadeu, destacou que o avanço digital também é limitado por fatores econômicos. “É óbvio que juros acima de 15% são um desafio para as empresas brasileiras e estrangeiras na expansão e acesso das tecnologias”, afirmou durante a apresentação do estudo.

Tadeu ainda ressaltou a falta de mão de obra técnica qualificada como um dos principais entraves. Segundo ele, a maioria dos mestres e doutores no Brasil é formada em ciências sociais, enquanto há déficit crescente em engenharia e ciências da computação. “O menor porcentual está na formação em áreas técnicas, ao contrário do que acontece cada vez mais no mundo”, observou. Ele acrescentou que muitos engenheiros formados no país não possuem as habilidades de programação exigidas pelo mercado.

Mesmo com a melhora, o país ainda figura entre os 17 menos competitivos na adoção de novas tecnologias. Na América do Sul, o Chile (43ª posição) segue como o mais bem colocado. A edição 2025 do estudo incluiu Quênia, Omã e Namíbia, e trouxe a Venezuela na última colocação.

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