Aumentam 127% as buscas por ‘black fraude’ no Google

A Black Friday, uma das datas mais aguardadas do varejo, vem se consolidando também como um dos períodos mais explorados por golpistas. E o consumidor brasileiro está cada vez mais atento a isso. Entre julho e setembro de 2025, as buscas pelo termo “black fraude” cresceram 127% no Google, segundo levantamento da Branddi, empresa especializada em proteção de marcas no ambiente digital.

Para Diego Daminelli, CEO da Branddi, o crescimento das buscas reflete uma mudança clara no comportamento do público. “Esse tipo de busca revela uma preocupação legítima dos consumidores, que estão tentando se proteger, mas também mostra que a desinformação ou a insegurança ainda estão muito presentes”, analisa.

A percepção é confirmada por dados recentes da própria Branddi, que mostram como as ameaças de golpes online aumentam significativamente em datas comerciais — períodos em que as marcas intensificam suas ações de marketing e os consumidores estão mais dispostos a comprar.

Nos últimos 12 meses, o esquenta da Black Friday de 2024 e o Dia do Consumidor de 2025 registraram os maiores volumes de novas ameaças detectadas pela Branddi, incluindo os meses de preparação que antecedem essas datas, como outubro e fevereiro.

Durante a Black Friday do ano passado, foram 105.567 novas ameaças, o equivalente a 1,7 mil por dia ou 72 por hora. Os setores mais atingidos foram Varejo, Moda, Cosméticos e Pet.

“Esses são momentos em que há mais gente procurando produtos e serviços para presentear. Com isso, as empresas investem em campanhas nas redes sociais e plataformas de e-commerce, além de criar anúncios em marketplaces para atrair os consumidores. Mas, no meio desse movimento, crescem também os anúncios, perfis ou até sites falsos, que aproveitam o burburinho para tentar ludibriar as pessoas. E eles ainda têm tido algum sucesso, infelizmente”, afirma Daminelli.

Golpes abalam confiança e afetam a reputação

Um levantamento da Branddi feito em agosto mostrou que 82% dos clientes já se depararam com tentativas de golpes online, sendo 25% delas imitando campanhas de lojas originais. Ainda mais preocupante: 37,4% dos consumidores afirmam ter caído em algum golpe desse tipo recentemente.

“Quando um consumidor é enganado por um anúncio falso, a confiança na marca verdadeira é imediatamente abalada. Blindar a reputação digital não é mais diferencial, é sobrevivência”, ressalta o CEO.

Como as marcas podem se proteger em 2025

Para Daminelli, o primeiro passo é criar canais de atendimento específicos para casos de fraude, que funcionem tanto como prevenção quanto como suporte. “Ele pode atuar na prevenção, mas principalmente como um meio de ouvir os consumidores que virem uma tentativa de golpe envolvendo o nome da marca ou aqueles que efetivamente caírem em um”, comenta.

As marcas também podem investir em guias de orientação ao consumidor e reforçar a presença de perfis oficiais nas redes sociais, e-mails e aplicativos de mensagens. Segundo o executivo, é importante reforçar o tempo todo o perfil correto da marca nas redes, mas não só: as empresas podem ajudar os clientes a descobrirem se estão comprando, de fato, na loja oficial.

Outras medidas incluem o envio de newsletters com orientações de segurança e a criação de peças de comunicação mais difíceis de copiar, reduzindo o risco de falsificações. “Ainda assim os criminosos não vão parar de usar datas como a Black Friday para atrair vítimas. Cabe às marcas se anteciparem, protegendo seus clientes e sua própria reputação digital. É exatamente aí que entra o papel da Branddi”, conclui Daminelli.

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