Rota entre Amazonas e Pacífico será concluída em novembro

Rota Amazônica

Uma das Rotas de Integração Sul-Americana, projeto que conecta o Brasil aos países andinos e ao Oceano Pacífico, deve ser concluída ainda este mês. A confirmação foi feita pela ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, em entrevista ao g1.

A rota, batizada de “Amazônica”, faz parte de um conjunto de cinco corredores logísticos que visam ampliar o comércio entre os países da América do Sul e a Ásia, especialmente com a China. O projeto integra o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e já recebeu R$ 3,8 bilhões em investimentos públicos e privados, incluindo recursos de bancos latino-americanos e concessionárias aeroportuárias.

Conexão pelo Alto Solimões

De acordo com Tebet, as obras de dragagem do Alto Solimões serão finalizadas até o fim de novembro, concluindo o trecho que liga o Amazonas aos portos do Peru, Equador e Colômbia. Segundo a ministra, o avanço marca uma virada histórica para a infraestrutura da região.

“A rota era absolutamente precária há dez anos, sem alfândegas, sinalizações ou fronteiras adequadas, o que impedia a passagem de navios”, afirmou Tebet.

A conclusão da Rota Amazônica deve dobrar o volume de comércio na região, segundo estimativas do governo federal. Outras três rotas têm previsão de entrega até o final de 2026, totalizando quatro dos cinco corredores previstos no projeto.

Cinco rotas para o Pacífico e Atlântico

A proposta das Rotas de Integração Sul-Americana nasceu em 2023, após uma reunião de presidentes sul-americanos em Brasília, convocada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O Ministério do Planejamento coordenou as discussões com os 11 estados brasileiros de fronteira para definir os principais eixos logísticos.

Confira o status de cada rota:

  • Amazônica: liga Manaus (AM) aos portos do Equador, Peru e Colômbia, com conclusão prevista ainda para 2025;
  • Ilha das Guianas: conecta o Norte do Brasil à Guiana Francesa, Suriname, Guiana e Venezuela, com entrega prevista para 2026;
  • Quadrante Rondon: cruza Acre, Rondônia, Amazonas, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul em direção ao Peru e Bolívia, com previsão para 2027;
  • Bioceânica de Capricórnio: atravessa o Brasil de São Paulo ao Chile, passando por Paraguai e Argentina, e deve ser concluída em 2026;
  • Bioceânica do Sul: conecta Santa Catarina e Rio Grande do Sul ao Uruguai, Argentina e Chile, também com entrega prevista para 2026.

Integração e comércio exterior

A meta do programa é reduzir custos logísticos e acelerar o escoamento de exportações e importações brasileiras para os mercados vizinhos e asiáticos.

Os dados do Ministério do Planejamento mostram o salto no intercâmbio comercial desde o início das discussões sobre integração, em 2002. Naquele ano, o Brasil exportava US$ 7,4 bilhões para países da América do Sul e US$ 8,8 bilhões para a Ásia. Em 2023, as exportações somaram US$ 40 bilhões e US$ 152,4 bilhões, respectivamente.

A expectativa do governo é que, com a conclusão das rotas, o Brasil fortaleça sua posição como hub logístico da América do Sul, ampliando a competitividade e a presença nos mercados internacionais.

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