A Toyota vive um momento de forte crescimento global, impulsionada pela alta demanda por veículos híbridos. Segundo o relatório financeiro divulgado nesta semana, a montadora afirmou que está vendendo carros “mais rápido do que consegue produzir” e que “mal dá conta da demanda”.
De acordo com a Inside EVs, nos seis primeiros meses do ano fiscal de 2026 (abril a setembro de 2025), a Toyota vendeu 5,27 milhões de veículos, um aumento de 5% em relação ao mesmo período do ano anterior. Desse total, 2,27 milhões foram híbridos (HEVs), que seguem como o principal pilar da estratégia de eletrificação da marca.
Somando híbridos, híbridos plug-in (PHEVs), elétricos a bateria (BEVs) e a célula de combustível (FCEVs), os veículos eletrificados já representam 47% das vendas globais da Toyota, incluindo a divisão de luxo Lexus.
A demanda mais intensa vem de Japão, América do Norte e China, mercados em que os híbridos tradicionais ganharam força diante da instabilidade dos elétricos puros. O Toyota RAV4 continua sendo o modelo mais vendido da marca, agora com nova geração e uma plataforma de arquitetura definida por software, chamada Arene.
Apesar do bom momento, a Toyota enfrenta desafios. A tarifa de 15% imposta aos carros japoneses nos Estados Unidos deve gerar um custo adicional de cerca de 1,45 trilhão de ienes (US$ 9,4 bilhões) no exercício fiscal. Ainda assim, a empresa revisou para cima sua previsão de lucro operacional, que deve atingir 3,4 trilhões de ienes (US$ 22 bilhões) até março de 2026 — acima da projeção anterior de 3,2 trilhões.
Enquanto os híbridos impulsionam o crescimento, os carros 100% elétricos (BEVs) ainda têm participação modesta. Nos Estados Unidos, a Toyota vendeu apenas 61 unidades do SUV elétrico bZ em setembro, somando 12.264 veículos nos nove primeiros meses de 2025, abaixo do volume de 2024.
A marca espera reverter o quadro com a chegada da nova linha bZ 2026, além de modelos como o C-HR elétrico e o bZ Woodland. Mesmo com a lenta adoção dos elétricos, o desempenho da Toyota mostra que a aposta em híbridos segue garantindo força e rentabilidade, consolidando o papel do modelo híbrido como o caminho mais sólido da transição energética no setor automotivo.



