O Brasil prepara uma revolução na experiência televisiva com a implementação da TV 3.0, programa anunciado oficialmente pelo governo em 2025. De acordo com o Canal Tech, a novidade traz um novo padrão de transmissão aberta, unindo as potencialidades da internet ao sinal tradicional, e promete transformar hábitos de consumo, tecnologia e o mercado eletroeletrônico nos próximos quinze anos.
Assim como na migração para a TV digital, muitos consumidores precisarão adaptar seus dispositivos. No início, televisores mais antigos poderão ser usados com o novo padrão por meio de conversores, equipamentos que conectam o aparelho à nova tecnologia sem exigir troca imediata de TV. Com o avançar do cronograma, fabricantes devem lançar modelos nativos à TV 3.0, com antenas integradas ou adaptáveis para recepção do sinal digital aprimorado. O governo ainda estuda a distribuição pública de conversores, projeto inspirado no programa Seja Digital, para acelerar a transição entre sistemas e garantir inclusão tecnológica.
A principal mudança de interface estará na apresentação dos canais. O público passa a visualizar o catálogo completo de emissoras abertas já na tela inicial da TV, priorizando conteúdos nacionais e eliminando a lógica antiga de procurar canais por número. Cada emissora terá aplicativos próprios, oferecendo interação ao estilo dos serviços de streaming, incluindo votações, escolha de ângulos em eventos e acesso a conteúdos sob demanda, como séries e transmissões esportivas. A interatividade se torna fator central, com funcionalidades extras ativadas pela conectividade, permitindo compras, serviços públicos digitais e integração com a Plataforma Comum do Governo Federal diretamente pelo aparelho de TV.
Entre os avanços técnicos, a qualidade de imagem terá destaque: a TV 3.0 habilita a transmissão em 4K diretamente da antena e, em circunstâncias específicas, pode chegar ao 8K, caso haja conexão à internet e um televisor compatível. O áudio também evolui, com suporte para até dez canais e experiência de som imersiva. Recursos como alto alcance dinâmico (HDR), aumento da frequência para até 60 quadros por segundo e novos padrões de interface oferecem ao público uma experiência próxima ao cinema, sem depender da assinatura de serviços pagos.
A previsão oficial aponta início das transmissões em 2026, com as primeiras regiões contempladas sendo grandes capitais e áreas metropolitanas, o que deve coincidir com eventos de alta audiência, como a próxima Copa do Mundo. A atualização será escalonada: tanto o sistema original quanto o novo conviverão simultaneamente e a transição está projetada para até quinze anos, garantindo que nenhum brasileiro seja prejudicado pela mudança abrupta, como afirma o Ministério das Comunicações.
Para o varejo, o impacto é imediato: fabricantes e lojistas já reorganizam seus estoques e estratégias para atender à demanda por conversores e partidas de TVs adequadas ao novo padrão. O setor aposta na divulgação massiva, já observada em experiências passadas de transição tecnológica, para incentivar o planejamento dos consumidores e limitar surpresas no processo de adoção.



