Mais do que um simples acabamento de proteção contra respingos, o backsplash tem se consolidado como um dos principais elementos de destaque no design de interiores. O revestimento instalado entre a bancada e os armários aéreos das cozinhas deixou de ser apenas funcional para assumir um papel estético central, com cores, materiais e paginações que transformam completamente o ambiente.
Segundo as arquitetas Carolina Castilho e Marianna Teixeira, do escritório Freijó Arquitetura, o conceito se popularizou no Brasil nos últimos anos, inspirado nas cozinhas americanas. “Antigamente, as cozinhas brasileiras costumavam ter todas as paredes revestidas com cerâmica. Hoje, o uso se restringe à área da bancada, o que abriu espaço para o backsplash como protagonista”, explicam.
A origem do recurso remonta à década de 1940, nos Estados Unidos, e sua adoção no país acompanha o crescimento dos apartamentos integrados. Atualmente, o mercado oferece uma ampla gama de revestimentos, cores e formatos, permitindo que o backsplash dialogue com diferentes estilos — do contemporâneo ao retrô.

Diferenças entre backsplash e rodabanca
Embora muitas vezes confundidos, backsplash e rodabanca (ou frontão) têm finalidades distintas. A rodabanca é uma pequena faixa feita do mesmo material da bancada, geralmente mármore ou granito, com função protetora na junção com a parede. Já o backsplash cobre uma área maior e é pensado para valorizar o projeto.
“Ambos são importantes para proteger a parede de infiltrações e acúmulo de gordura, especialmente nas áreas da pia e do fogão”, explica Marianna. Carol complementa: “Um desses acabamentos é sempre necessário. A diferença está no efeito estético e na manutenção desejada”.
No caso das rodabancas, as arquitetas indicam altura mínima de 2 cm para quem busca um visual discreto, embora os padrões mais comuns variem entre 4 e 5 cm. Já o backsplash não tem altura definida. “Gostamos de aplicá-lo em toda a extensão entre a bancada e o armário aéreo, ou até o teto, dependendo do conceito do projeto”, afirma Carol.
Materiais mais usados
Entre os revestimentos mais adotados estão cerâmicas, porcelanatos e ladrilhos hidráulicos, escolhidos pela durabilidade e facilidade de limpeza. Quando o ladrilho é a opção, as arquitetas ressaltam a importância da impermeabilização. “É essencial aplicar uma resina específica, já que esse material é poroso e pode acumular sujeira”, observa Marianna.

Há também opções que reinterpretam o visual artesanal dos ladrilhos tradicionais, como a Série Olaria, da Roca Cerámica, que une estética manual e praticidade de manutenção. Em projetos contemporâneos, os grandes formatos também têm ganhado força, oferecendo uniformidade visual e sensação de amplitude.
Estilo e personalidade no décor
A escolha do backsplash pode transformar completamente o ambiente. “Desenhos geométricos coloridos trazem leveza e descontração; padrões em ‘escama de peixe’ ou ‘chevron’ criam um toque clássico; e azulejos antigos garimpados remetem a um estilo retrô”, explica Carol.
Entre as propostas mais ousadas do escritório está o uso de espelho como backsplash, uma solução moderna que amplia o espaço. “Foi uma escolha perfeita para um apartamento de solteiro que quase não cozinha, o espelho trouxe amplitude e sofisticação”, comenta Marianna.
As profissionais destacam que as cores terrosas e naturais estão entre as principais tendências do momento. “Não por acaso, a cor do ano da Pantone, o Mocha Mousse, é um tom de marrom sofisticado e acolhedor”, reforça Marianna. Tons vibrantes também ganham espaço, especialmente em cozinhas com armários coloridos, tendência crescente no design contemporâneo.



