Os navegadores começam a assumir funções de assistentes pessoais digitais, mudando a forma como usuários interagem com a internet. Novos produtos como o Comet, da Perplexity AI, e o ChatGPT Atlas, da OpenAI, lançados em 2025, inauguram uma fase em que a inteligência artificial interpreta contexto, automatiza tarefas e executa ações diretamente nas páginas da web.
Segundo Renato Asse, fundador da Comunidade Sem Codar, “os navegadores inteligentes estão deixando de ser ferramentas passivas para se tornarem plataformas de execução”, permitindo integrações antes espalhadas entre vários aplicativos.
O Comet, baseado em Chromium, mantém compatibilidade com extensões, mas adiciona funções como leitura automática de páginas, resumos, organização de e-mails e até ações autônomas dentro do navegador. A Perplexity também firmou parcerias para pré-instalar o navegador em smartphones, ampliando seu alcance.
Já o ChatGPT Atlas, lançado para macOS, incorpora o ChatGPT na navegação por meio de uma barra lateral conversacional. Seu diferencial é o “modo agente”, capaz de executar tarefas completas — como compras ou preenchimento de formulários — sem intervenção humana.
A chegada desses navegadores abre espaço para um novo ecossistema, que deve incluir extensões com IA, fluxos automatizados e integrações diretas com ferramentas No Code. As mudanças também ampliam preocupações com privacidade, já que essas ferramentas operam com acesso a dados sensíveis.
Para Asse, o impacto é estrutural. “O navegador está se tornando o coração da automação digital. Ele vai integrar ações, dados e contexto em um só ambiente”, afirma. A evolução exige que quem desenvolve produtos No Code pense a automação como parte da própria experiência de navegação.



