Fraudes na madrugada miram Millennials na Black Friday

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Durante a Black Friday de 2024, os consumidores da Geração Y lideraram o volume de compras online e também foram os principais alvos de fraudes. De acordo com levantamento da Serasa Experian, essa faixa etária respondeu por 29,8% das tentativas de golpe digital registradas no período.

O estudo, que analisou 5,2 milhões de transações e R$ 3,5 bilhões em vendas entre 28 de novembro e 1º de dezembro de 2024, identificou 32,4 mil tentativas de fraude, que poderiam ter gerado R$ 51,8 milhões em perdas.

Embora as mulheres tenham comprado mais, a taxa de fraudes foi maior entre os homens, reforçando o alerta para um comportamento cada vez mais visado por criminosos digitais.

“Os criminosos seguem o movimento do consumidor. Quando ele acelera, eles também. O segredo está em antecipar o risco, e não apenas reagir a ele”, explica Rodrigo Sanchez, diretor da Serasa Experian.

Golpes disparam na madrugada

A análise mostra que os fraudadores atuam de forma estratégica, aproveitando os momentos de menor vigilância. O dia 29 de novembro foi o mais atacado da Black Friday de 2024, repetindo o padrão do ano anterior.

Enquanto o pico de compras ocorreu entre 13h e 14h, com mais de 300 mil pedidos por hora, a taxa de ataques dobrou na madrugada: entre 0h e 2h, o número de tentativas subiu para 2%, o dobro da média diária.

Esse comportamento indica uma mudança no perfil operacional dos golpistas, que aproveitam o volume menor de transações e a distração dos consumidores noturnos para aplicar golpes com maior eficácia.

O Sudeste respondeu pela maior fatia do e-commerce nacional, com 3,1 milhões de compras, das quais 0,6% foram bloqueadas antes de gerar prejuízo, totalizando R$ 30,4 milhões em perdas evitadas.

Já o Norte apresentou a maior taxa proporcional de tentativas de fraude (1,04%), mesmo com apenas 130 mil pedidos. No total, a região poupou cerca de R$ 2 milhões em golpes interceptados.

PIX avança, mas abre brechas de segurança

Outro ponto de atenção é o uso do PIX como meio de pagamento, que movimentou R$ 184 milhões em mais de 570 mil pedidos durante o período.

Apesar do crescimento, as operações via PIX ainda não passam pelos mesmos filtros antifraude aplicados a cartões de crédito — o que cria novas lacunas de segurança e exige maior integração entre bancos, varejistas e fintechs.

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