No novo episódio do All Connected, podcast do Grupo Eletrolar, o convidado é Cadu Oliveira, fundador da CBM (Congress Brasil Mobile), e uma das figuras mais conhecidas do varejo mobile. Em uma conversa franca, ele revelou como quebrou, deu a volta por cima e transformou um sonho em um dos maiores eventos do setor no Brasil.
Cadu começou no mercado mobile de forma quase acidental, vendendo celulares entre Estados Unidos e Brasil. A primeira tentativa deu errado: parte dos produtos foi barrada na alfândega, e ele perdeu dinheiro. “Foi um prejuízo, mas foi o melhor aprendizado”, contou. A experiência o levou a buscar especialização e, pouco depois, a participar do evento Mobile Disrupt, em Las Vegas. Uma feira que mudaria sua trajetória.
“Eu vi um ecossistema completo de soluções que não existia no Brasil”, lembra. De volta ao país, descobriu que a loja que parecia faturar R$ 1 milhão por mês era uma farsa. “Meu gerente desviava tudo. Em uma semana, eu estava quebrado.” Da falência, veio a ideia: recriar no Brasil algo como o evento americano. Assim nasceu o CBM, em 2019, com um aluguel de pavilhão de R$ 90 mil e apenas R$ 15 mil na conta.
Para viabilizar a estreia, Cadu admite ter “blefado”: disse a patrocinadores que já havia milhares de lojistas inscritos, e aos lojistas, que havia dezenas de expositores confirmados. “Eu não tinha nem um nem outro, mas acreditei tanto que deu certo.” A primeira edição reuniu cerca de 700 lojistas e 17 estandes — dez deles montados por empresas das quais ele mesmo virou sócio.
O CBM cresceu rápido: de mil metros quadrados para dez mil em apenas quatro edições. Em 2026, o evento ocupará novamente o pavilhão do Anhembi, em São Paulo, entre 20 e 22 de março, com nomes como Thiago Nigro (Primo Rico), Monique Evoli (Shark Tank), Alfredo Soares e Thales Gomes (G4).
Além de reunir grandes marcas, a CBM se tornou um ponto de virada para lojistas que buscam profissionalização. “Muita gente ainda acha que precisa dar um ‘jeitinho’ para lucrar. Mas o caminho mais lucrativo é o da legalidade”, afirma Cadu. O evento apresenta soluções que vão desde gestão financeira até novas fontes de receita, como seguros, chips com receita recorrente e máquinas de corte de películas.
Cadu também fala sobre o papel da coragem e da fé na jornada empreendedora. “Crescimento vem de dar um passo maior que a perna. Só cresce quem assume risco e é obcecado por resultado.” Aos 26 anos, ele diz ainda ver o CBM como “um ecossistema de oportunidades” — tanto para o pequeno lojista que busca dobrar o faturamento quanto para redes que querem escalar o negócio.
“Todo mundo que entra na CBM sai com uma visão diferente. As oportunidades estão ali — só cresce quem tem olhar clínico para enxergá-las”, resume.
Confira o episódio completo: