A Geração Z já representa uma fatia importante do mercado de trabalho e deve chegar a 1 em cada 3 profissionais até 2030. Digitalmente nativos e moldados pela tecnologia, esses jovens trazem novas expectativas para o mundo corporativo. Mas as mesmas características que os destacam também estão entre os principais fatores que aumentam o risco de desligamento.
Segundo o relatório 2025 Gen Z and Millennial Survey da Deloitte, a alta rotatividade não se deve apenas a escolhas voluntárias, mas também a demissões involuntárias relacionadas a comportamento, adaptação e expectativas.
Veja os 5 motivos mais comuns de demissão da Geração Z:
1. Dificuldade de adaptação ao ambiente corporativo
A estrutura hierárquica rígida e a burocracia de muitas empresas entram em choque com a busca da Geração Z por diálogo e propósito. A falta de engajamento e produtividade pode levar a desligamentos.
“A Geração Z não aceita comandos cegos. Esse público quer compreender o propósito por trás das ordens”, explica Ricardo Dalbosco, especialista em futuro do trabalho.
2. Expectativas desalinhadas com a realidade
Essa geração busca flexibilidade, ascensão rápida e benefícios ligados ao bem-estar. Quando encontra empresas mais tradicionais, com pouca mobilidade de carreira, a frustração gera pedidos de saída ou avaliações negativas que culminam em demissão.
3. Questões de saúde mental
De acordo com a American Psychological Association, 77% da Geração Z citam o trabalho como fonte significativa de estresse (contra 64% dos adultos em geral). Altos níveis de ansiedade e falta de apoio corporativo resultam em absenteísmo e queda de desempenho.
4. Baixa tolerância à frustração
Acostumados à gratificação imediata, muitos jovens têm dificuldade em lidar com processos longos ou feedbacks negativos. Em ambientes de alta pressão, essa característica gera conflitos que reduzem a permanência no emprego.
5. Conflitos entre gerações
Hoje, até cinco gerações convivem no mesmo ambiente de trabalho. Enquanto os mais experientes valorizam hierarquia e disciplina, a Geração Z preza autonomia e autenticidade. O choque de visões, se não mediado, se transforma em atrito recorrente.