Ao contrário do estereótipo que associa brasileiros à informalidade, líderes do país se destacam por tradição, disciplina e foco em processos, aponta estudo da Hogan Assessments em parceria com a Ateliê RH, com dados de mais de 2.800 líderes comparados a benchmarks globais.
Segundo Roberto Santos, sócio-diretor da Ateliê RH, “líderes com alta pontuação em Tradição valorizam a história e as convenções, possuem padrões de conduta bem estabelecidos e incentivam abordagens estruturadas para projetos e tarefas”. Em contrapartida, Hedonismo, ou a busca por prazer no trabalho, é o motivador com menor pontuação, reforçando a preferência por ambientes formais e profissionais.
O levantamento também revela que executivos brasileiros são ligeiramente mais ambiciosos que a média global e apresentam alta Prudência, traduzida em confiabilidade, organização e orientação a regras. “A combinação de Alta Tradição, Ambição e Prudência dá origem a um estilo de liderança orientado a objetivos, disciplinado e focado em desempenho e processos”, explica Santos.
Entre os pontos críticos, a pesquisa aponta a Arrogância como traço mais elevado, sugerindo que líderes podem se tornar excessivamente confiantes e resistentes a feedback sob pressão. Por outro lado, a escala de Reservado ficou abaixo do benchmark, indicando que esses líderes tendem a ser empáticos e atentos ao outro.
Na prática, o estudo mostra que a liderança brasileira combina autoridade com hospitalidade, criando um estilo paternalista, mas capaz de construir consenso. “É fundamental que líderes equilibrem comando e inclusão, pois ouvir feedback não diminui autoridade — pelo contrário, amplia poder e influência”, conclui Santos.
O levantamento oferece insights para empresas nacionais e multinacionais sobre como alinhar estilos de liderança às expectativas de desempenho e engajamento, destacando características que podem ser exploradas em programas de desenvolvimento e sucessão.