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Pagamentos digitais alcançam 70% da população na América Latina
A adoção de meios de pagamento digitais está transformando a forma como consumidores se relacionam com o dinheiro. Segundo o estudo “A digitalização e democratização dos pagamentos do consumidor”, desenvolvido pela Nuek, empresa de tecnologia especializada em infraestrutura de pagamentos da Minsait (Indra Group), em parceria com a AFI (Analistas Financeiros Internacionais), mais de 70% da população na América Latina já realizou pelo menos um pagamento digital em 2024.
A pesquisa mostra que soluções como carteiras digitais, transferências instantâneas e QR Codes estão em franca expansão, impulsionadas pela popularização dos smartphones e pela atuação de fintechs que oferecem alternativas inovadoras e de baixo custo. Esse movimento, além de ampliar a inclusão financeira, aumenta a competitividade do setor.
No Brasil, o Pix consolidou-se como um dos sistemas mais relevantes do mundo, respondendo por mais de 30% das transações feitas por pessoas físicas. A praticidade, a gratuidade para usuários e a aceitação em diferentes setores da economia foram determinantes para a rápida adesão do sistema.
Apesar dos avanços, o estudo revela desafios: 66% dos consumidores bancarizados nos países analisados afirmaram ter sido obrigados a utilizar um método de pagamento diferente do que preferiam no último ano, seja por falta de aceitação, limitações tecnológicas ou restrições operacionais.
“Quando 66% dos usuários não podem pagar como querem, o problema não é de tecnologia, é de design. A verdadeira inovação em pagamentos não consiste em oferecer mais opções, mas em entregar uma experiência que simplesmente funcione”, afirma Javier Rey, diretor executivo da Nuek.
O relatório também chama atenção para o aumento das tentativas de fraude online, reforçando a necessidade de estratégias mais robustas de segurança digital e de educação do consumidor. Além disso, aponta oportunidades de crescimento com a adoção de tecnologias como inteligência artificial, open banking e moedas digitais emitidas por bancos centrais.
A análise baseia-se em 5.200 entrevistas realizadas na Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, México, Peru, República Dominicana, Uruguai, Espanha, Itália, Portugal e Reino Unido.