Minimalismo de carreira ganha espaço entre jovens profissionais

Minimalismo de carreira

Uma nova abordagem profissional vem chamando atenção no mercado: o chamado minimalismo de carreira. Segundo um relatório do Glassdoor publicado em agosto, jovens da Geração Z estão repensando o conceito tradicional de sucesso no trabalho, buscando simplificação, equilíbrio e propósito em vez de cargos altos ou acumulação de responsabilidades.

O pesquisador-chefe do Glassdoor, Chris Martin, aponta que o movimento surge como resposta à percepção de que a trajetória tradicional — baseada em estabilidade financeira e reconhecimento hierárquico — muitas vezes se traduz em maior pressão e pouca compensação real. Para esses profissionais, avançar na carreira não significa necessariamente mais qualidade de vida.

De acordo com a Fast Company, entre as práticas mais comuns desse público estão: estabelecer limites claros sobre tarefas e responsabilidades, priorizar interesses pessoais e lazer fora do expediente, desenvolver projetos paralelos ou fontes de renda adicionais e demonstrar menor interesse por cargos de liderança. O relatório indica que 68% da Geração Z evita cargos gerenciais sem benefícios claros, enquanto 57% possui alguma renda extra.

Para as empresas, compreender o minimalismo de carreira é estratégico. Políticas rígidas e jornadas extensas podem aumentar rotatividade e afetar a produtividade, enquanto flexibilidade, reconhecimento e oportunidades de crescimento fortalecem a retenção de talentos. Para os profissionais, a tendência representa uma forma de redefinir o sucesso, priorizando bem-estar, projetos paralelos e equilíbrio entre vida pessoal e profissional.

Especialistas entrevistados destacam que o fenômeno não é passageiro, mas uma resposta adaptativa às mudanças no mercado de trabalho. Com a digitalização, maior autonomia e modelos de trabalho híbridos, a abordagem do minimalismo de carreira tende a se consolidar como alternativa real à cultura tradicional de ascensão a qualquer custo.

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