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Copa de 2026: TVs ganham protagonismo e abrem novas oportunidades para o varejo
Sempre que a Copa do Mundo se aproxima, o mercado de televisores aquece. Em 2026 não será diferente, mas com um detalhe: desta vez, não se trata apenas de vender mais telas, mas de levar para os consumidores uma experiência digna de cinema dentro de casa. Na IFA, evento de tecnologia e eletroeletrônicos que acontece esta semana em Berlim (e que o Grupo Eletrolar marca presença para buscar novos parceiros e observar tendências) ficou claro que a TV deixou de ser um simples aparelho para se tornar o centro da vida digital, conectando entretenimento, tecnologia e até mesmo design.
O mercado brasileiro de TVs e multimídia mostra como esse movimento está em curso. Segundo a Statista, a receita deve atingir US$ 1,86 bilhão em 2025, com crescimento de 11% ao ano até 2029, alcançando US$ 2,82 bilhões. A busca por modelos premium e conectados mantém essa chama acesa. Ainda mais quando se coloca no radar o impacto da Copa: um evento que historicamente impulsiona a renovação de aparelhos e aumenta o ticket médio.
Globalmente, o mercado segue a mesma linha. Estimativas apontam que as vendas de TVs devem saltar de US$ 379 bilhões em 2021 para mais de US$ 500 bilhões em 2025, podendo chegar a quase US$ 930 bilhões em 2033. Ao mesmo tempo, cresce a indústria de mídia e entretenimento que gira em torno dessas telas. A PwC projeta uma receita de US$ 3,5 trilhões até 2029, muito impulsionada pela publicidade digital e pelo avanço das Connected TVs, que já movimentam dezenas de bilhões de dólares ao ano.
Nesse cenário, o que vimos na IFA mostra o que está por vir nas lojas brasileiras. As TVs a laser – na verdade, projetores de distância ultracurta – chamaram atenção: basta encostá-las na parede para transformar a sala em uma tela de 100 polegadas. As soundbars também ganharam sofisticação, com acabamentos em madeira, tecidos e cores que permitem integrar o equipamento ao estilo da casa. As televisões equipadas com inteligência artificial, por sua vez, já conseguem fazer upscale de vídeos comuns em 4K ou 8K, intensificar cores, melhorar o áudio e entregar ao espectador a sensação de estar dentro de um estádio, por exemplo.
O segmento premium também ganhou espaço com telas gigantes, como a TCL Micro-LED de 163 polegadas, que custa cerca de US$ 110 mil e oferece brilho de 10 mil nits, resposta de 0,03ms e contraste impressionante. Um produto de nicho, mas que indica a direção da indústria. Outras apostas passam pelas TVs com molduras que imitam quadros de museu, pelos modelos ultrafinos e quase imperceptíveis, e até pelas televisões preparadas para karaokê. Os projetores de última geração também prometem disputar a atenção do consumidor, com imagens em 4K, tempo de resposta de 1ms, 5.000 lumens de luminosidade e som surround que recria a atmosfera de uma sala IMAX.
Essas inovações chegam em um momento em que o varejo brasileiro precisa equilibrar oportunidades e desafios. De um lado, o setor registrou recorde histórico de vendas em fevereiro de 2025, puxado por móveis e eletrodomésticos, mas voltou a sentir queda nos meses seguintes, reflexo de juros elevados e menor confiança do consumidor. De outro, é justamente em categorias como televisores que o apelo emocional ganha força, e a Copa de 2026 deve ser o grande gatilho para estimular a troca de aparelhos.
Mais do que números de venda, as TVs se consolidam como porta de entrada para o consumo de conteúdo digital, um mercado que no Brasil deve ultrapassar US$ 16 bilhões já em 2025, com previsão de crescimento constante nos próximos anos. Com a chegada do novo padrão de TV digital (DTV+), previsto para estrear comercialmente durante a Copa, os varejistas ainda terão um argumento adicional para convencer o consumidor de que chegou a hora de modernizar sua tela.
O varejo B2B se vê diante de uma oportunidade rara: unir o apelo de um evento global, a transformação tecnológica das TVs e a expectativa dos consumidores por experiências mais imersivas. Quem souber posicionar os estoques e a comunicação desde já tem a chance de transformar a Copa de 2026 em uma das maiores temporadas de vendas do produto da última década.