Datas duplas do e-commerce brasileiro rivalizam com Black Friday

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As chamadas “datas duplas”, dias do calendário em que o número do dia e do mês coincidem, como 10/10, estão ganhando cada vez mais relevância no comércio eletrônico brasileiro. O fenômeno é tão expressivo que, em algumas plataformas, o volume de vendas dessas datas já supera o registrado na Black Friday, tradicionalmente a maior data de promoções do varejo.

A prática surgiu na China, com o 11/11, criado pela Alibaba, e se espalhou pelo mundo. No Brasil, a Shopee se tornou pioneira, celebrando seu aniversário em 07/07 e promovendo descontos em todas as datas duplas, como 08/08 e 09/09. A estratégia chamou a atenção de concorrentes, que adaptaram suas campanhas para não perder participação de mercado.

A Amazon, por exemplo, implementou o “Amazon Day”, geralmente no dia 15 de cada mês, enquanto o Mercado Livre reduziu o valor mínimo para frete grátis de R$ 79 para R$ 19 durante julho, mês de aniversário da Shopee, e contou com campanhas estreladas por Neymar e Ronaldo Fenômeno.

“É uma corrida constante dos marketplaces para aquecer vendas, fidelizar clientes e ganhar destaque no mercado. Hoje, vemos uma espécie de ‘Black Friday’ todos os meses”, afirma Cláudio Dias, CEO da Magis5, hub de integração de mais de 30 marketplaces no Brasil. Segundo ele, durante o 07/07 deste ano, a Magis5 registrou cerca de 500 mil pedidos em um único dia, superando os números da Black Friday de 2024, com picos de até 40 mil pedidos por hora, reforçando a necessidade de automação e gestão em tempo real.

A expansão das datas duplas está reconfigurando o calendário do varejo online. “O e-commerce não é mais sazonal; é contínuo e altamente competitivo. Para aproveitar oportunidades, o seller precisa de operação eficiente e inteligência de gestão o ano todo”, explica Dias. Plataformas como a Magis5 permitem centralizar vendas, automatizar tarefas manuais e controlar estoque, pedidos e preços em tempo real, garantindo maior agilidade e destaque em promoções estratégicas.

O potencial do e-commerce brasileiro segue em crescimento. Segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), o setor deve registrar alta de 10% no faturamento em 2025, alcançando cerca de R$ 225 bilhões. Para efeito de comparação, o 11/11 da Alibaba, na China, movimentou US$ 203,6 bilhões em um único dia.

“Estamos diante de um novo ciclo do comércio eletrônico. Quem dominar essas janelas de vendas mensais, aliado a tecnologia e planejamento, terá vantagem competitiva na próxima década”, conclui Cláudio Dias.

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